Augusto.

As vezes penso em quantas pessoas de nosso meio, não conhecemos direito por que ficamos vagando no meio delas em nossos mundinhos, sem observa-las atentamente. Alguns podem ter sido poetas ou loucos e não demos a chance de ouvi-las, observa-las, de saber suas verdadeiras histórias, suas reais verdades. Não abrimos nenhum espaço da nossa atenção.
Tio Dudu era um homem quieto, mas quando falava tinha a voz mansa, pausada e carinhosa com todos nós. Minha mãe conta que na sua juventude, tinha atitudes estranhas. Não falava com ninguem e as vezes sumia no meio do mato por longas horas. Era, as vezes, encontrado deitado de baixo das arvores conversando sozinho, gesticulando, ou olhando pro céu como se buscasse alguma coisa. Quando contraiu câncer de garganta, muitos anos depois, passou a falar ainda menos e seus olhos muito mais.

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