Queda de Penhascos

Algumas vezes sonhava que caia de penhascos que pareciam não ter fundo ea medida que meu corpo despencava numa veloz queda livre, eu era tomado daquele arrepio que um dia concluí ser uma mistura de dor, medo e também prazer, e surgia uma cócegua misteriosa de dentro do corpo para fora, da alma para a pele que se eriçava. 
As vezes, já quase no fundo, conseguia o milagre de não bater meu corpo contra as rochas e flutuar antes de alçar um voo magnifico para cima e sentir-me completamente salvo pelo poder de voar sem ter asas, não me deixando morrer. Um poder adquirido somente em meu sonho particular. Em outros momentos quando sentia-me apaixonado, cheguava a confeçar a minha amada, esta sensação mesclada de dor, medo, prazer e cócegas que transbordava em meu peito nos momentos de pura entrega e intimidade com ela. Estaria por acaso eu novamente caindo de penhascos para o fundo de meus sentimentos mais puros, viscerais, prazerosos, indo de cabeça saboreando cegamente o prazer, a paixão quando a beijava, a tocava? Ja quase no fundo, a beira da morte, do perigo, da entrega total, voltava a flutuar e alçar voo para a segura realidade.

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