RECANTOS DA CIDADE, ILHOTA.


Trafegar pelas ruas da cidade, me deixa cada vez mais intimo de Porto Alegre e também apaixonado por seus cantinhos pouco visto, menos explorados e até desconhecidos por mim. Hoje quando passei em frente da Redenção, o parque Farroupilha, fiquei observando aquelas árvores frondosas e antigas que embelezam há tanto tempo o parque e me lembrei de quantas vezes em minha infância brinquei ali, corri pelas estradinhas de terra e rolei pela grama.



Depois, me desloquei para a Travessa dos Venezianos, rua estreita de paralelepípedos antigos e habitada no passado por tipos populares como boleiros, prostitutas, jornaleiros, carvoeiros, pais de santo, boêmios, consertadores de guarda-chuvas, imigrantes italianos. Também famosos como Lupicínio Rodrigues, mestre Borel e Custódio José de Almeida, o Príncipe Negro que morava nas redondezas e que hoje é tombada como patrimônio histórico da cidade.


Estas casas originalmente eram ocupadas por pessoas de renda muito baixa, em regime de aluguel, que com o passar dos anos seus ocupantes passaram a ser os proprietários. Sua denominação deriva do antigo nome da rua Joaquim Nabuco - Rua dos Venezianos - sendo que esta travessa era um beco que a ligava à Lopo Gonçalves. 
Fiquei alguns minutos sem entender ao certo a razão do meu saudosismo e desejando intimamente que tudo fique protegido, como o pai preteje o filho e o filho a o avô e que mais nada desta importância histórica e cultural, não seja engolido por conta do progresso da cidade, como grande parte já foi. Que tudo permaneça no seu lugar, respeitado e preservado.
A "Travessa Venezianos" é um conjunto de 17 bens tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre

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