Carne, vale

Soube ha pouco, por uma ligação telefônica de minha irmã, da morte de uma tia que não via há bastante tempo e que ainda mantenho carinho. Lembrei-me de alguns momentos em que ficávamos pôr horas na cozinha ou no pátio de sua casa conversando sobre manifestações espirituais e outras coisas inexplicáveis que aconteciam no mundo e no dia a dia das pessoas. Decifrava mensagens de mortos, fazia benzeduras e orações estranhas em línguas desconhecidas. Tia Dora era uma mulher espiritualizada e misteriosa e que me fazia viajar pôr um mundo que não é a nossa realidade, mas que nos deixa pensativos sobre a possibilidade de sua existência. Da ultima vez que a vi, ja tinha a postura curvada e beirava os cem anos. Quando recebi a noticia de sua morte meu corpo ficou estranhamente tremulo e uma sensação de ansiedade. Fiquei saudoso de nossa convivência e registrei sua imagem tomando chimarrão e fumando cigarros sem filtro numa cadeira de balanço.
*Carne,vale (latim-adeus carne)

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