Virando abóboras

Dia 24 de Setembro, postei aqui no blog um texto chamado "Dando de pau", em que eu descrevi o tratamento grosso, mal educado e preconceituoso que me foi dirigido por um colega durante o horário de expediente e que considerei uma agressão, um desrepeito e que em algum momento do texto eu ainda coloquei: "Não sei se minhas palavras serviram para que ele repensasse melhor sobre sua atitude, ou se foi apenas uma paulada em sua cabeça e que me promoverá a seu mais novo inimigo".
Adivinhem?..  Darei uma moeda de premio para quem acertar o que aconteceu depois!
O cara não me olha mais nos olhos, faz de conta que eu não existo e eu  pergunto: Era de se esperar outra atitude que não essa?.. Neste mundo moderno em que vivemos é mais fácil homens virarem abóboras, do que abóboras em homens.
Lembro-me de outra situação, (fato completamente diferente do postado no texto acima), em que eu e um outro colega de trabalho, nos desentendemos quanto a escolha da  candidata para ser a nova diretora de enfermagem  do hospital. Já estava próximo do dia das eleições e ele ainda não havia se posicionado em quem votar. Quando revelei minha candidata, ele caiu de pau em cima de mim, dizendo que eu estava equivocado, que minha escolha não poderia ter sido a pior de todas e que eu deveria posicionar-me como ele, neutro, pois não havia ninguém em condições de assumir aquele cargo no momento, opinião que eu discordava. 
Esta diferença de ideias gerou um pequeno desentendimento que a princípio não levei a serio, mas que mais tarde percebi ter lhe causado sentimentos de desafeto com relação a mim. Passado alguns plantões, notei que ele não me dirigia mais a palavra e quando eu tentava dividir o mesmo espaço com ele na mesa do refeitório (por exemplo) ele levantava-se e saia, visivelmente irritado com a minha presença.
Diante deste fato desagradável, resolvi chama-lo para uma conversar e buscar algum entendimento no impasse gerado. Me desculpei por talves ter usado palavras inadequadas, mas que minha posição ainda se mantinha a mesma com relação a minha candidata. Ele aceitou minhas palavras e saindo dali, passou a me tratar como antes do mal entendido, embora tivesse a necessidade  de justificar à todos os outros colegas que eu havia  lhe procurado para pedir desculpas arrependido de minhas posições anteriores.
A partir daí, eu percebi a dificuldade que as pessoas encontram em aceitarem as diferenças de opiniões e que quando defendemos algumas posições contrarias as suas, corremos o risco de ser-mos mal interpretados e nossas palavras serem conduzidos à terrenos pessoais, sem que tivesse-mos a intenção. 
Algumas pessoas, criam certas imposições baseadas na cumplicidade de opiniões: "Ou pensas como eu, ou não me serves!". Te obrigam a o corporativismo linear do conformismo sem se darem a chance de serem questionadas, fora disto se sentem ameaçadas. 
Quanto ao pedido desculpas que fiz então, é visto como um ato de arrependimento, que te coloca numa posição inferiorizada, de quem errou e busca (humilhante) retratação, o que nem sempre é isto. Poucos percebem o pedido de desculpas como uma atitude superior em respeito ao ser humano e sua  diferença  ou uma retomada de relação que é mais importante que qualquer posição adversa ou mal entendida. Todos sabemos que o direito de opinão deve ser respeitado, mas na prática, as reações são diferentes.

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