LIBÉLULAS E BAILARINAS.
Ontem à tarde, fui cercado por libélulas que sobrevoavam uma poça d'água, criada pela chuva, no patio do meu trabalho. Seus corpos alongados e asas quase transparentes, me pareciam pequenos helicópteros de guerra, ou bailarinas esguias executando movimentos sincronizados sobre água, com curiosa beleza. Minha presença não as inibiu em suas insistentes tentativas de se aproximarem. As vezes faço comparações que parecem engavetadas numa outra dimensão de minha realidade, tornando-me tão contemplativo quanto distraído ao que percebo diante de mim. É curioso, pensar que sempre relacionei libélulas com helicópteros e bailarinas, como relaciono outras coisas, na qual esbarro na vida, nem sempre com alguma estética semelhante que as lembrei.
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