Perdendo referências

Somos cobertos por referencias que vamos enfileirando dentro de nós, a cada passo que damos e absorvemos da vida, através de gestos, atitudes, sons, imagens, compondo o que talvez somos  interiormente hoje. É a rua e a casa onde vivemos nossa infância, a árvore que subimos para colher o primeiro fruto com a própria mão, o botequim onde bebemos a melhor cerveja, o filme que mais nos emocionou ou nos deixou pensativos, a musica que lembramos de alguém, a viagem mais bonita e ai se vão uma infinidade de lembranças, que talvez sejam substituídas mais tarde  por outras, mas que num dado momento, são despertadas por algum fato marcante ou não, pois estavam apenas adormecidas dentro de nós e refazem a importância que tiveram sobre nossas vidas.

Desde a morte de Elis, Tom Jobim, Cazuza, Renato Russo, Cassia Eller e muitos outros que  tornaram-se referencia, contribuindo com sua arte na formação intelectual das pessoas, é que tenho percebido distanciar-se uma fatia do tempo tão rica e  que embalou emoções contribuindo na formação de opiniões e atitudes que se deslancharam  para as questões sociais, ecológicas e politicas. A morte destas pessoas publicas, que  num dado momento, serviram de sustentação em nossas vidas, quebram a ilusão de imortalidade, deixando claro para nós, que o que é eterno  foi o que deixaram como legado. Hoje pela manhã, quando soube da  morte,  aos 79 anos, de Elizabeth Taylor, uma das grandes lendas do cinema mundial e que ajudou através de suas atuações, em mais de 50 filmes, no questionamento e revisão de atitudes da época, fiquei pensando sobre isto.
Mesmo sem estar atuando a algum tempo, por questões de saúde, senti estar perdendo mais uma referencia da minha vida. Dos tantos filmes que assisti e me senti contribuído com sua atuação, lembro-me de: “Quem Tem Medo de Virginia Wolf?”  “Assim Caminha a Humanidade“, “Gata em Teto de Zinco Quente“, “A Megera Domada”  e o épico “Cleópatra“.

Comentários

Postagens mais visitadas