CASCATA DA PEDRA BRANCA EM TRÊS FORQUILHAS.


No Sábado pela manhã, dia 02/04/2011, fui fazer o passeio pela Rota do Sol, em direção a Três Forquilhas, cujo roteiro eu havia idealizado no mês passado e que foi adiado em função dos fins de semanas chuvosos. A rota inclusive foi planejada com a ajuda de um colega de trabalho o Eduardo Justin, que foi guarda florestal na região e desenhou um mapa de orientação à mão pra mim,  com algumas referencias de lugares bacanas que eu deveria conhecer, mas que em decorrência do pouco tempo, (um dia apenas), se tornaria difícil de conhecer todos. Tudo é muito bonito lá pra cima e a gente fica tão admirado, que quando percebe as horas já se passaram e não deu tempo pra ver tudo!
Saí em torno das 9 horas da manhã de Viamão pela RS 118, até a BR- 290 (Freeware) em direção à BR-101, com seus dois novos túneis que deram um aspecto de primeiro mundo à  rodovia, depois cheguei na Rota do Sol, que cruza por cima da BR- 101 em forma de um viaduto. A Rota do Sol foi inaugurada em 2007 pelo governo do Estado  se tornando o orgulho do povo gaúcho, depois de uma espera de 38 anos. Neste ponto de acesso da BR 101 para a Rota do Sol é preciso estar atento, pois há pouca sinalização.


De Viamão, até o acesso à Rota do Sol, em Terra de Areia, (ponto de partida  para quem vem do litoral com destino à Serra), são mais ou menos 141 quilometros e  até  Três Forquilhas mais 7,3 quilômetros de rodovia com asfalto liso, bem sinalizado e alguns controladores de velocidade.
Entre tantas placas na Rota do Sol, uma indicava o acesso à Três Forquilhas e a  Cascata da Pedra Branca, na altura do quilômetro 58, que eu tinha curiosidade de conhecer.


Três Forquilhas é uma cidade pequena, limpa, de aspecto organizado e com uma igreja matriz na área central, como qualquer outra cidade do interior do Rio Grande do Sul.  Sua economia baseia-se principalmente no cultivo de hortifrutigranjeiros,  em pequenas propriedades locais e sua formação étnica, é basicamente de descendentes de origens alemãs, açorianos, portugueses, italianos e uma pequena parcela de índios e africanos (que eu não vi pelo caminho). 


Para se chegar a cascata é necessário entrar no centro da cidade e seguir em direção a área mais rural, margeando-se o rio, até a parte mais isolada, no meio da mata preservada e com imensos paredões de pedra visíveis à uma certa distancia. A estrada é de terra e em alguns pontos pedregosa  ficando à cerca de 30 quilômetros do centro da cidade. As informações para se chegar são desencontradas, pois não existe sinalizações e cada morador informa uma distancia diferente. O jeito é ir parando, perguntando e observando o rio sempre a esquerda, até o momento em que a estrada acaba, obrigando a  cruzar para o outro lado, numa pequena ponte sobre rio. Neste momento o rio fica à nossa direita. Anda-se mais uns dois ou três quilômetros pelas encostas do morro até chegar.


Na medida em que vai-se aproximando da cascata, a paisagem vai ficando mais selvagem, o rio mais limpo e turbulento e a estrada mais pedregosa e úmida, propiciando sem a devida atenção, do carro atolar ou derrapar sobre o barro e pedras soltas na estrada.


Em cada canto que a gente para, em contemplação à natureza é posivel se surpreender, se admirar e se encantar com a beleza de um lugar,  que nos remete a simplicidade, bucolismo e inocência de uma cidade do interior,  como esta Ponte Pênsil, escondida sobre a mata e que cruza o rio até a outro lado da margem. A ponte é feita de madeira e fios de aço, mas quando subi sobre ela começou a rangir como se a qualquer momento fosse rebentar.


Depois deste ponto, já no carro, passei por uma estrada coberta de folhas azuis, que ao chegar mais perto, pude observar se tratarem de borboletas. Elas estavam sobre a estrada úmida e quando me aproximei, alçaram voo em direção as árvores, que formavam um túnel natural sobre a rústica estrada vazia.


Mais adiante, onde o carro já não podia mais subir, à cerca de uns 100 metros de distancia, a Cascata da Pedra Branca, esculpida pela natureza, saltava de uma altura de 110 metros por entre os paredões rochosos de uma pedra com manchas branca e que possivelmente seja esta a razão de seu nome. Estas pedras também se espalhavam por todo o leito do rio turbulento.


Sua visualização é algo fora do comum e de muita beleza, talvez por isto, eu tenha sentido um certo receio de me aproximar de sua base, onde forma uma piscina de aguas revoltas, que eu desconheço a profundidade e não arriscaria tomar banho. Mas mesmo não entrando na piscina, se chega muito perto da cascata, que salpica todo o nosso corpo, com água  e a sua volta, forma-se uma especie de nevoa muito fina e gelada.


O deslumbre por sua beleza é tão grande, que não dá  vontade de ir embora, mas apenas ficar ali, olhando e ouvindo o ruído de sua força, raspando os paredões de pedra e transformando-se num rio selvagem e turbulento que desce montanha abaixo formando  os braços do Rio Três Forquilhas que deságua na Lagoa Itapéva e dos Quadros ao lado da BR-101. A mata ao redor é coberta por um tipo de samambaia gigantesca que cresce nas partes mais altas da beira da estrada e que eu acredito ser encontrada somente neste lugar de muita umidade.



De lá, fiz o caminho de volta retornando à Rota do Sol no sentido a cidade de Tainhas, cruzando por novos túneis e viadutos cujo a altura é de tirar o fôlego e onde se tem uma visão privilegiada  da serra, inacreditavelmente bela.


Ainda na estrada, pode-se encontrar alguns estabelecimentos e quiosques que vendem produtos coloniais, como pães, biscoitos, queijos, mel, rapaduras, doces, licores, salames, etc., alem de restaurantes e estabelecimentos que oferecem cafés coloniais. Cheguei em São Francisco de Paula já à noite, com a intensão de retornar para casa pelo município de Taquara, via RS 020.


Bem, todo o passeio foi compensador e de muita beleza, mas o ponto alto, sem sombra de dúvidas, foi a Cascata da Pedra Branca, que um dia pretendo fazer outra visita, pela impressionante sensação de liberdade, imponência e misticidade que me causou.
 

Até o próximo passeio!

Comentários

  1. Fomos conhecer no dia de hoje (09/03/2013) estava tão fantástica a vista quanto as das fotos acima. Obrigada pelas dicas, foram fantásticas.
    Ivete Eckhardt

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  2. Tambem conheço essa maravilha natural.e concordo plenamente com vc ,e um recanto paradisiaco de uma natureza exuberante.

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  3. mágico lugar mas se voçe ir pela Rota do Sol no sentido litoral entre a esquerda no posto limeira entre Itati e Terra de areia serão so dez km da estrada ate a cascata.

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  4. Para quem desconhece e gosta de fazer trilhas, esta cascata é o final de um cânion (cânion pedras brancas). Pretendemos ir ainda em março de 2015, quem se apresenta ?

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  5. Mr. Maia, quando vocês vão? saberia me dar mais informações de trilhas por ali? Abraço, Rafael Manfroi

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