Roberto, eu e os filhos bonitos do vizinho.

Roberto e eu ficávamos atrás da cerca, olhando para os filhos de nossos vizinhos brincarem em seu pátio redoma e nós em total silencio. Não era um silencio para não sermos descobertos, mas de encantamento pelas brincadeiras, que ao menos pra mim, pareciam muito mais divertidas. Eles enquanto brincavam, nos ignoravam, fingiam que não estávamos ali, na presença de seus olhos observando tudo atentamente. Era como se estivéssemos invisíveis por traz da cerca, como se não existíssemos. Nós em contra partida, permanecíamos em nosso posto de observação com o coração na boca, fazendo torcida e implorando alguma atenção que não recebíamos por ser-mos totalmente ignorados. Não percebíamos que estávamos sendo humilhados e que não éramos aceitos embora só quiséssemos participar da brincadeira. 
Um dia ouvir minha avó falar para alguém, que éramos descriminados por aqueles vizinhos  pela cor da nossa pele e então fiquei pensando, me Esforçando para entender o que não é possível entender. Como nunca consegui, foi melhor parar de admira-los com toda a força que eu possuia, fingindo não enxerga-los.

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