Silêncio é a morte vestida com elegância

Depois da conversa e dos desabafos que pensei serem íntegros e sinceros, dos textos espremidos e denominados mais tarde como bobeiras, minha decisão foi a de arrancar a ultima arvore pela raiz, depois decepar cada galho, cada folha, cada botão que por ventura tencionasse brotar flores ou frutos, com minhas próprias mãos. Fiz isto com muita dor e lágrimas nos olhos, enterrados sobre os travesseiros e lençóis da cama.
Tudo não passou de uma farça, cuja a doença camuflou-se de verdade, num longo espaço de convivência. 
Na verdade nada mais poderia crescer e florescer em sentimentos potencialmente mais pessoais do que fraternais e  recheados de simulações e outras intenções.
O silêncio não é só a persistência de uma birra, ou a comprovação da imaturidade de sentimentos gastos, mas a prova da morte, vestida com muita elegância e saindo de cena.
Sinto muita raiva e vergonha de tudo isto pela minha perda de tempo e também dos outros. Com algumas raras exceções, o silencio sempre foi algo de que nunca gostei. Sempre me pareceu a inexistência de conteúdos ou a prisão deles, o nada, o vértice final de todas as coisas e de sentimentos cheios de pequenas reticências mal resolvidas e inibidas à trancas. Sempre tentei ficar a margem dele, mas às vezes se faz necessário como medida de segurança e unica opção.
O silencio corroê, deixa estagnado o que poderia ser despejado pra fora, impedindo ciclos de renovarem-se reconhecerem-se.
O silencio pesa muito mais do que aquilo que carregamos e precisam ser ditas. O silencio pesa mais do que um boi morto pendurado no gancho do frigorífico para o consumo final. 

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