O despertar de um sonho.

Sonhei com meu pai e ele não era o mesmo homem que costumava ser enquanto existia, pois utilizava um outro corpo, uma outra voz, o corpo de um homem desconhecido e uma voz mais delicada, mesmo assim eu sabia que era ele e tratava-o por pai, enquanto ele segurava a minha bagagem que insistia em carregar até o embarque de um aeroporto. 
Eu pretendia viajar para uma cidade desconhecida, que ele insinuava querer me acompanhar embora eu me fizesse de desentendido sobre a sua intenção. Ele me perguntava pra onde eu iria, e quanto tempo ficaria neste lugar, enquanto eu lhe respondia com evasivas e frases reticentes. Não nos olhávamos no olho e enquanto falávamos, parecíamos criar uma grande barreira de timidez que nos distanciava cada vez mais um do outro. Eu me perguntava em cada intervalo de nosso escasso dialogo, o por quê de sua intenção de querer ir comigo se nada mais tínhamos em comum, se não nos víamos a muito tempo e não possuíamos qualquer intimidade para virarmos colegas de viagem. Pensei em despista-lo e então fugir sem que percebesse, mas não conseguiria digerir bem esta atitude covarde, a não ser que eu me forçasse a acordar do sonho. É, eu sabia que tudo aquilo era um sonho e sentia que a unica forma de desfazer aquela situação embaraçosa e ficar sem culpas, era me despertando do sonho, como quem troca o canal da TV.

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