EXISTE BELEZA SIM, NO QUE É VELHO.


Venho andando por esta vida,
 observando  velhos objetos,
que foram condenados pela imposição do tempo.

Alguns resistiram bravamente e por isto,
 tem a sua própria historia para contar
no silencio de suas linhas desbotadas, 
amarrotadas,
descascadas, 
que ninguém mais crê,
ninguém mais percebe,
ninguém mais dá valor.


Há no homem um desapego, 
que o impede de ir em busca de sua história,
que não preserva suas raízes.

Vive a filosofia do novo, 
do moderno, que descarta e condena impiedosamente
a sua própria identidade ao esquecimento.


Lacra seus porões, portas e janelas.
Joga tintas, troca objetos.
Derruba paredes com a mesma sagacidade de um algoz
que observa tudo aos pedaços,
sem culpas e com a justificativa do 'é necessário'.

Um dia o que é novo perderá a cor,
o brilho não será o mesmo,
amarrotará,
descascará superfícies,
neste processo de mudanças que ninguém escapa
e quem irá identificar,
acreditar,
perceber...

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