A ELÉTRICA, EM PORTO ALEGRE.








Hoje à tarde, passei diante de um lugar que muitos porto alegrenses desconhecem e os que tem algum conhecimento à respeito, devem estar esquecidos, já que é assim que os nossos governantes tratam o que foi de suma importância na historia cultural da nossa cidade; Não fazem questão de divulgar, de incentivar, de promover, de pedir socorro, pois vivemos num tempo em que só tem importância, aquilo que  tiver retorno econômico, visibilidade politica, "o resto" neste caso, a que chamamos de "memoria", é esquecido e posto a destruição pelo tempo, pela falta de recursos. Excluído a facão, como uma erva daninha que não serve pra mais nada. Isto é lamentável.


Fiquei estarrecido ao ver o estado em que se encontra o prédio, que foi um marco na história de Porto Alegre, jogado ao mais cruel abandono.

HISTÓRIA:
A Eléctrica, como era chamada, foi a primeira gravadora do Rio Grande do Sul, fundada no segundo semestre de 1913 pelos imigrantes italianos Saverio Leonetti e Emilio Leonetti, e instalada em Porto Alegre, na Rua Sergipe n.° 9 (hoje n.° 220), no bairro Glória, quando eu, nem era nascido.
Os discos gravados eram vendidos na loja de Leonetti, também chamada A Eléctrica, na rua da Praia. Com seu selo Disco Gaúcho, foi responsável pelo lançamento de dezenas de composições rio-grandenses, em chapas de face simples ou dupla.


Artistas do Rio de Janeiro e São Paulo e mesmo estrangeiros, de passagem por Porto Alegre, deixavam suas vozes ou instrumentos musicais gravados nos discos da A Eléctrica.
Durante seus 6 anos de existência, produziu pelo menos 326 títulos diferentes, de músicas, hinos (nacional e francês), arranjos cômicos, valsas, polkas, fados e inclusive sambas.
Em 1996, seu prédio foi tombado pela prefeitura municipal, quando a classe artística mediante extenso abaixo-assinado dirigido ao município, mostrou seu interesse pela preservação do prédio que após 19 anos, ainda aguarda restauração.
O prédio está praticamente destruído, quase em escombros e apresenta características de um chalet térreo, com telhas coloniais francesas, traços neobarrocas na ornamentação da fachada frontal, alem de, coroamento, platibanda e frontão em forma arredondada com elementos alusivos à atividade da fábrica de discos. A característica de chalet está nos avarandados laterais enfeitados de lambrequins de madeira. Lamentavelmente, não sei se suportará esperar por muito mais tempo!

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