CAMINHO DAS ÁGUAS.

Caminhava pela rua, quando senti-me sendo lentamente tragado por águas cristalinas que surgiram do nada e inundavam rapidamente a cidade, que nunca tivera rio, lagoa ou praia. De repente, tudo virou numa grande superfície de água, assustadora a minha volta.
Meninos surgiram sorridentes e cruzavam sobre a água transparente, por um caminho demarcado, para que não afundassem nos lugares que pareciam mais profundo. 
O lugar era surreal e sua beleza me deixou tão assutado, que não tive coragem de acompanha-los, enquanto me olhavam surpresos e seguiam seu caminho na direção de um gigantesco portal de madeira. 
Desconfiei que não fossem simples meninos, mas seres escolhidos e eu uma testemunha vulnerável a ter uma morte lenta por submersão. 

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